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26 de Abril de 2024
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    Após repressão, movimento ganha força e universitários podem tomar reitoria

    Mario Olimpio Arrastão começou nos blocos de Direito seguindo para rua e depois para reitoria

    A repressão violenta da Polícia Militar que deixou cerca de 10 universitários feridos e prendeu 6 deles por algumas horas, não foi suficiente para calar a voz estudantil na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que protesta contra decisão da reitora Maria Lúcia Cavali Neder de fechar 5 Casas de Estudante Universitário (CEU s) reduzindo a oferta de 50 vagas. Agora, nesta tarde de quinta-feira (07) o movimento ganhou força e mobilizou cerca de 1 mil alunos de todos os cursos da universidade pra um novo manifesto cobrando, além da manutenção das casas de estudantes, também uma punição imediata aos policiais da Rondas Ostensivas Tática Móvel (Rotam), responsáveis pelas agressões e tiros com balas de borracha contra estudantes.

    Diante da negativa da UFMT em abrir diálogo com os estudantes, mesmo após a manifestação desta quarta-feira, uma assembleia geral com centenas de estudantes foi realizada por volta do meio dia de hoje e definido esse novo ato. “A confusão gerada ontem com a ação truculenta e covarde dos policiais nos deu ainda mais forças para continuarmos lutando contra a redução das vagas nas CEUs. Não podemos aceitar tamanho absurdo”, enfatiza o líder estudantil Caiubi Kuhn, graduado em Geologia e atualmente mestrando em Geociências na UFMT, que sempre foi beneficiado com as moradias das casas dos estudantes e encabeça a luta contra a redução do benefício.

    Após caminharem pela rua 1 que fica ao lado da UFMT, os cerca de mil estudantes pretendem acampar na reitoria até ser ouvidos. “Não vamos desistir de nossa luta até a reitora Maria Lúcia desistir de fechar as CEUs. Queremos propostas concretas, que seja aberto edital para construção de novas moradias”, pontua Caiubi.

    Otmar de Oliveira Protesto realizado na tarde de quarta-feira que acabou em confusão com a Polícia Militar

    Mesmo tendo sido preso e levado um tiro no peito que deixou cerca de 15 marcas de munição não letal, ele segue firme na mobilização. Conta que quase não dormiu na noite anterior, pois ficou preso numa cela do Cisc do Planalto até por volta de meia noite depois de ser liberado ainda precisou realizar exames de corpo de delito e registrar boletim de ocorrência contra os policiais. “Hoje continuo participando da mobilização, porém, um pouco mais afastado da liderança do movimento. Ele afirma que os estudantes mantém a posição contrária a decisão da reitoria. “Mesmo depois do protesto não fomos ouvidos e não vamos desistir, queremos dialogar coma reitora”, afirma Caiubi.

    Otmar de Oliveira Primeiro manifesto estudantil foi repreendido de forma violenta pela Rotam, mas alunos não desistiram

    Outro universitário que participa desse novo protesto, Fábio Bruno Ramires, 29, estudante de Educação Física, justifica que a causa que antes era apenas dos alunos que residem nas casas dos estudantes agora foi abraçada por todos os acadêmicos da instituição. “Virou uma pauta geral, uma grande mobilização em solidariedade aos colegas que podem ficar sem ter onde morar com o fechamento das casas. Estou aqui há 4 anos e esta é maior mobilização estudantil realizada nesse período”, conta o estudante contente com a adesão estudantil em massa ao novo protesto.

    “Após aprovação em assembleia desse novo manifesto, fizemos um arrastão em todos os blocos da UFMT e convidando os estudantes a participarem desse novo protesto, pois queremos punição imediata aos policias. Não aceitamos truculência numa manifestação pacífica como ocorreu ontem”, garante o universitário. Para ele, esse nova mobilização mostra que os movimentos estudantis não morreram. “É também uma união de forças para repreender a a opressão da Polícia Militar. Não estamos mais nos tempos negros da ditadura, queremos que esse episódio não se repita mais”, diz Ramires.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/apos-repressao-movimento-ganha-forca-e-universitarios-podem-tomar-reitoria/100381559

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